quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Review sobre Django Livre

Já aos primeiros momentos do filme Django Livre vemos cicatrizes dos negros que andam pelo deserto atrás de seus proprietários. Ao longo do post, vai soar bem estranho o modo que vou escrever, devo logo me adiantar que não tenho nenhum tipo de preconceito e toda os termos que irei usar, foram usados no filme. Tarantino trabalha a escravidão de uma forma crua, tanto linguisticamente quanto visualmente. O diretor não poupa as torturas, os castigos e os insultos, o que nos causa espanto e tristeza.
A quantidade da violência no filme é uma linha tênue entre a característica do diretor e a real escravidão. Todos os insultos, sejam raciais ou sexuais, me provocaram um sentimento estranho por saber o quanto a escravidão esteve presente na nossa formação histórica e de identidade. Engraçado como a questão visual do cinema me chocou mais do que os livros que li sobre o assunto... De que a escravidão foi horrível não é um fato inédito pra ninguém!
A questão linguística, já mencionada acima, nos provoca ainda mais "espanto". Em uma cena, Django fala "I is slave", o verbo is traz toda a carga de propriedade/coisa que a escravidão podia fornecer. A escravidão estava mais além do modo econômico, estava na mentalidade... Mais uma comprovação disso é o personagem de Samuel L. Jackson, um escravo preconceituoso que me deu muito ódio - ok, sem spoilers, mais suspense.



Django Livre foi indicado a Oscar e vale a pena comentar cada uma das indicações já que vi o filme.

# Melhor Filme
Meu argumento para essa categoria é o contexto que Django Livre retratou, a forma que retratou e seu grupo de atores. DiCaprio, Fox e Samuel L. Jackson são as minhas ressalvas do filme, que por ser histórico não teve tantos anacronismos assim. A escravidão estadunidense não é retratada nos filmes, talvez por questão de interesses, parecendo que eles não tiveram esse passado tão obscuro.

# Ator coadjuvante - Christopher Waltz
Esperando um espetáculo como em Bastardos Inglórios, a atuação de Waltz não decepciona. No filme, ele é um homem a frente de seu tempo, que sem nenhum preconceito aparente ajuda Django em busca da sua amada. Foi o personagem que mais me cativou no filme.

# Roteiro Original
Bem, essa categoria entra um pouco na de Melhor Filme. O roteiro é a base de um bom filme e Django Livre tem início, meio e fim. Você não se perde e ele une todas as narrativas. Acho que nessa categoria, vence.

# Fotografia
Western foi um gênero que Tarantino, apesar de ser um fã, não tinha arriscado antes. As paisagens são esplêndidas! O velho oeste, o foco e o colorido... Na verdade, a sua fotografia já é bem característica para os fãs, então é só uma aprimoração que vem evoluindo desde Kill Bill.

# Edição de Som
Outra característica marcante de Tarantino. Por ter muitos tiros e ser considerado, por mim, um filme de ação, Django Livre tem uma edição de som perfeita que junto com a Fotografia traz um filme com muitos detalhes visuais.

Bem, Django Livre é um dos filmes obrigatórios e um dos meus favoritos do ano. pois é, o ano nem começou e já veio esse excelente filme para minha coleção de favoritos. Minha última ressalva é absorver toda a crítica e reflexão sobre um tema muito delicado. Contudo, o filme pode ser apreciado também com bastante humor ácido, afinal estamos falando sobre Quentin Tarantino!


HAUHAHUUAHUHAUHA não consegui resistir, tive que postar!!!

Um comentário:

  1. Estou ansiosa demais!!!
    Já comprei meu ingresso para a estréia sexta feira.
    Minhas espectativas são as melhores, se tratando de Tarantino. Ahh e Christoph Waltz *-*

    cinemapipocadoce.blogspot.com.br

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