quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Você precisa conhecer: Uma história de amor e fúria

Confesso que fiquei super empolgada pra ver essa animação nacional, mas infelizmente não consegue assistir no cinema. Pra quem não sabe Uma história de amor e fúria conta a relação de um casal através dos tempos pegando desde o período colonial até uma sociedade futurista. E como eu amo e estudo história do Brasil tenho críticas e elogios ao filme que tem na dublagem nomes ilustres como Selton Melo, Camila Pitanga e a participação especial de Rodrigo Santoro.


A Parte 1 começa em 1566 na Guanabara, no atual Rio de Janeiro, e conta a história do índio Abeguar e seu amor por Janaína. Na verdade, vai além disso: conta o conflito entre tumpinambás e os portugueses no século XVI, já que os índios ajudaram os franceses, até então invasores, a se estabelecerem no Rio. Era bem comum naquele período, grupos invasores se aliarem a tribos indígenas para guerrear lado a lado, nesse caso portugueses-tupiniquins e franceses-tupinambás. Gostei dessa parte porque explora bastante, mesmo que indiretamente, a missão da França Antártica e a fundação da cidade do Rio de Janeiro. Mas calma que não é nada massante! A única coisa que eu não gostei foi a forma como exploraram o canibalismo na animação porque temos que entender que era um ritual muito mais complexo do que apenas comer gente.  

Na segunda parte transpassamos mais de 200 anos e estamos no Maranhão de 1825, às vésperas da Balaiada. Mais uma vez, meu elogio vai ao detalhe do filme em retratar a sociedade brasileira naquele período como a plantação de algodão e a questão dos negros forros lembrando havia escravos libertos, mesmo que essa seja uma realidade quase que invisível. Depois da revolta, Janaína novamente morre – nessa vida pela febre amarela e malária – enquanto isso nosso protagonista vaga através dos tempos.

A terceira e penúltima parte é em 1968 durante a Ditadura Militar e os Anos de Chumbo. Novamente nosso casal está no lado mais fraco da história, assumindo o posto das guerrilhas urbanas afim de derrotar o regime. O interessante da história é que ao ganhar o dom de voar, o índio Abeguar recebe também a missão de derrotar o espírito da destruição (Aiangá), salvando a humanidade do mal. 

Chegando ao fim, temos o Rio de Janeiro de 2096 totalmente governado pelas milícias particulares onde a luta pela água potável é uma realidade concreta. Uma cidade futurista que me lembrou bastante inteligência Artificial e Blade Runner. Enquanto a água é vendida a preço de ouro a quem pode comprar, as camadas mais pobres bebem água do mar infectada.

"Viver sem conhecer o passado é viver no escuro"
Na verdade, o filme não acaba quando termina, afinal todos os dias estamos lutando por algo. E é essa a “moral” da história: é possível sim mudar o futuro. O que eu mais me encantei foi o enredo em resgatar pontos da história do Brasil. Dou 8 unicórnios felizes pelo roteiro <3 

A atriz Camila Pitanga cantou uma das músicas que aparecem no filme :-) 

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